quarta-feira, 10 de junho de 2015

Expansão Territorial e Vazios Urbanos

O desenvolvimento da cidade de Araçatuba está relacionado com a expansão da cafeicultura no interior do estado, no início do século XX, bem como com a construção da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil e sua inauguração na cidade no ano de 1908, que foi considerado com um dos impulsos para o nascimento da cidade.

A linha de ferro determinou o eixo de ocupação e atuação das empresas loteadoras. Diferentemente de outras cidades, em que o núcleo populacional da cidade crescia ao redor de uma igreja, em Araçatuba foi à estação ferroviária que determinou isso, tendo como principal exemplo, a construção da praça central, a atual Praça Rui Barbosa, em frente da estação ferroviária.



Araçatuba. Planta urbana. 192X. Fonte: GHIRARDELLO, 2002.

Além da estrada de ferro e da atuação das empresas loteadoras, a direção da expansão territorial recebeu influência da Rodovia Marechal Candido Rondon. Observamos que a tendência do crescimento da cidade foi em direção às regiões norte, nordeste, noroeste e oeste. Durante esse crescimento, observamos dois períodos com protagonistas diferentes como observado no período entre a década de 1950 e 1960, onde o protagonismo se deu através dos promotores imobiliários locais, enquanto que nas décadas de 1980 e 1990, houve uma maior participação do Estado, sobretudo na implantação de conjuntos habitacionais e populares.

Contudo, a produção do espaço urbano dentro do sistema capitalista, tem sempre como plano de fundo o problema do custo da terra urbana. Logo, a produção de moradias, em grande quantidade, desloca para a periferia os empreendimentos habitacionais populares devido aos custos mais baixos de produção. A pior consequência desse cenário é a produção de vazios urbanos.


Araçatuba. Evolução da malha urbana. 1920 a 2002.
Fonte: Extraído da Base da Prefeitura Municipal de Araçatuba. Editado pelas autoras. 2013. (Sem escala)


Dentre as políticas habitacionais que muitas vezes beneficiaram tal fenômeno, destacamos o BNH (Banco Nacional de Habitação) juntamente com o Sistema Financeiro de Habitação. Temos também a COHAB-CRHIS, a Companhia Regional de Habitação de Interesse Social. Desde os anos 90, e atualmente, observamos a atuação da CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano. 

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